Vistoria encontra irregularidades no lixão do Aurá; gerente e funcionários são conduzidos à delegacia
11/06/2025
(Foto: Reprodução) Fiscais constataram que caminhões estavam circulando com lixo domiciliar sem descartá-lo no Aterro Sanitário de Marituba, como determina o protocolo. Vistoria encontra irregularidades no lixão do Aurá; gerente e funcionários são conduzidos à delegacia
Agência Belém
Uma vistoria realizada na manhã desta quarta-feira (11) no Centro de Tratamento de Resíduos (CRT) da empresa Ciclus, que fica no local onde funciona o lixão do Aurá, na Grande Belém, encontrou irregularidades no funcionamento do espaço - veja mais abaixo.
A inspeção foi conduzida por equipes da Prefeitura de Belém, com apoio da Agência Reguladora Municipal (Arbel) e da Polícia Civil. A Ciclus alega que "cumpre rigorosamente as normas ambientais".
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O lixão do Aurá, também conhecido como antigo “lixão”, vem enfrentando problemas recorrentes mesmo após sua desativação em 2015. Recentemente, denúncias apontam para descarte irregular de resíduos hospitalares e domésticos em áreas não licenciadas — prática que já motivou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal, devido à potencial contaminação ambiental e riscos à saúde pública. Além disso, incêndios frequentes na área afetam bairros próximos, espalhando fumaça e preocupando a população local.
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O incêndio mais recente foi registrado teve início na tarde desta terça-feira (10), provocando uma densa nuvem de fumaça que encobriu bairros da Região Metropolitana de Belém. O Corpo de Bombeiros foi acionado e permanece no local controlando as chamas, enquanto moradores relatam cheiro forte de queimado e redução visível da visibilidade na cidade
Irregularidades
Durante a vistoria desta quarta-feira, fiscais constataram que caminhões estavam circulando com lixo domiciliar acumulado, sem o descarte adequado no Aterro Sanitário de Marituba, como determina o protocolo.
Segundo a Prefeitura, também foi identificado o envio irregular de lixo orgânico para o CRT do Aurá, área destinada exclusivamente ao tratamento de entulho. A prática é proibida e resultou na detenção do gerente da unidade, Thiago Lima, e de três funcionários da empresa, conduzidos à Delegacia de Meio Ambiente (Demapa) para prestar esclarecimentos.
A vistoria também apontou problemas na operação dos veículos. Caçambas com resíduos estavam saindo do local sem a cobertura obrigatória com lona, o que representa risco de contaminação e sujeira nas vias públicas.
Além das irregularidades ambientais, foi detectado um déficit crítico de mão de obra. A empresa opera com cerca de 600 trabalhadores a menos do que o necessário para a coleta de lixo em Belém. Segundo a fiscalização, a Ciclus se comprometeu a contratar, de forma emergencial, pelo menos 320 novos profissionais.
A ação no Aurá fez parte de uma força-tarefa que também inspecionou outros pontos operados pela Ciclus, como as unidades da Vileta e da Rua da Providência, próximas à BR-316. As equipes iniciaram as fiscalizações ainda de madrugada, por volta das 4h.
A investigação sobre o caso segue em andamento pela Polícia Civil. A Prefeitura informou que a empresa foi notificada e deverá apresentar um plano de readequação das operações nos próximos dias.
O que diz a Ciclus
Em nota, a Ciclus informou que cumpre rigorosamente as normas ambientais e está com pedido de licenciamento ambiental para encerramento e remediação da área junto aos órgãos competentes, bem como segue, também, com o licenciamento do novo Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) da Região Metropolitana de Belém. A estrutura contará com sistemas modernos de tratamento de chorume, impermeabilização com materiais geossintéticos e captação de biogás, com possibilidade de aproveitamento energético, seja para a produção de eletricidade ou biometano. Ambos os projetos seguem as melhores práticas de engenharia, normas técnicas e legislações ambientais aplicáveis.
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